quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Programa Cinema e Som - Psicose


Psicose é aclamado com um dos melhores suspenses do cinema, classificado pela American Film Institute como o 18º melhor filme de todos os tempos. Dentre muitas razões, seja pela trilha marcante, suas cenas trágicas ou pelo desfecho surpreendente, Psicose, de 1960, é considerado a obra prima do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Tudo começou quando o cineasta inglês adquiriu anonimamente os direitos autorais do romance de Robert Bloch sobre a vida de um serial killer e, sob o roteiro de Joseph Stefano, transformou a história em filme. A aquisição, que custou cerca de 800 mil dólares a Hitchcock, rendeu aproximadamente 50 milhões de dólares de bilheteria.

Psicose conta a história de Marion Crane, uma secretária que após roubar 40 mil dólares da empresa onde trabalhava, decide fugir para se casar com seu namorado. No caminho, se hospeda no pacato “Bates Motel” cujo proprietário é o aparentemente tranquilo e bondoso Norman Bates, vivido por Anthony Perkins. Ele vive em uma casa logo atrás do motel e suporta as terríveis crises coléricas da mãe já idosa. Tudo se encaminha bem, até que, durante o banho, pouco após sua hospedagem, Marion é brutalmente assassinada por uma figura irreconhecível, com a aparência de uma senhora. A morte da protagonista ainda na primeira metade do filme, fato raro no cinema, é apenas o primeiro ato de um enredo de tirar o fôlego.

Muitas curiosidades fazem parte dessa importante produção. A cena da morte de Marion no chuveiro, por exemplo, contaria com mais de 50 cortes de gravação. Todos eles rápidos e feitos em plano fechado, o que rendeu à cena um aspecto sombrio e impactante. A produção em preto e branco seria estratégia de Hitchcock para evitar um choque ainda maior do público diante do derramamento de sangue. Sangue, na verdade, substituído por calda de chocolate. Reza a lenda, ainda, que a atriz Janet Leigh, que interpreta Marion Crane, teria ficado tão impressionada ao assistir a cena de sua morte que evitou banhos de chuveiro até o fim da vida.

A produção foi indicada a quatro categorias do Oscar, incluindo melhor diretor, melhor fotografia, melhor direção de arte e melhor atriz, para Janet Leigh, prêmio conquistado por ela no Globo de Ouro. A trilha sonora, peça fundamental de Psicose, é composta por Bernard Herrmann. O premiado músico compôs para outros filmes de Hitchcock como Um Corpo de Cai, de 1958, e Intriga Internacional, de 1959, além de Taxi Driver de Martin Scorsese, de 1976, e Cidadão Kane de Orson Welles, de 1941. O tema de Psicose, composto por violões celos, violinos e baixos, é mais uma contribuição para a atmosfera dramática do filme. Na cena no chuveiro, a trilha compõe todo o suspense. O som dos violinos e as notas agudas acompanham as punhaladas fatais e os gritos desesperados da personagem.
A partir dos anos 80, o filme rendeu algumas continuações e remakes, nenhum deles, porém, capaz de alcançar o sucesso do original. Foram Psicose II, de 1983, Psicose III, de 1986, Psicose IV: O Início, de 1990 e o mais recente Psicose, do diretor Gus Van Sant de 1998, uma tentativa de refilmar, quadro a quadro, a obra prima de Hitchcock.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)

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