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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Programa Cinema e Som - Narradores de Javé


A produção nacional Narradores de Javé, de 2003, tem direção de Eliane Caffé, que também assina o roteiro ao lado de Luiz Alberto de Abreu. O drama, com muitas doses de humor, conta a saga dos moradores da pequena Javé ameaçada de ser inundada devido à construção de uma hidrelétrica. Para evitar a destruição do fictício vilarejo baiano, eles devem elaborar um documento de cunho científico sobre a grande história de seu povo que justifique a permanência da região. É assim que os moradores irão recorrer ao malandro Antônio Biá, ex-funcionário dos correios, desafeto de muitos por mentiras contadas no passado, mas único morador de Javé alfabetizado e capaz de escrever.

Biá, personagem de José Dumont, deverá ouvir o maior número possível de moradores e unir todos os registros em um só livro. Assim, serão inúmeras memórias e diferentes versões da verdade em uma divertida construção do tão desejado patrimônio histórico de Javé. No elenco, outros importantes nomes do cinema nacional como Nelson Xavier, Matheus Nachtergaele, Luci Pereira, Rui Resende e Gero Camilo.

Dentre muitas conquistas nacionais e internacionais, Narradores de Javé foi premiado nas categorias de melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante para Gero Camilo no Grande Prêmio Cinema Brasil, melhor filme e direção no Festival do Audiovisual do Cine Pernambuco, e melhor filme independente e melhor roteiro no 30º Festival Internacional do Filme Independente de Bruxelas.

Por Rafaella Arruda
(Programa Cinema e Som - ELOFM)



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Programa Cinema e Som - Central do Brasil


Central do Brasil, premiada produção nacional de 1998. Com direção e estória de Walter Salles, e roteiro de Marcos Bernstein e João Emanuel Carneiro. No elenco, a protagonista Fernanda Montenegro e o garoto estreante nas telas Vinícius de Oliveira, além de Marília Pêra, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele e Caio Junqueira, entre outros.

A emocionante estória conta sobre Dora, mulher desiludida que ganha a vida escrevendo e endereçando cartas para analfabetos que transitam pela tumultuada Estação “Central do Brasil”, no Rio de Janeiro. Dentre os muitos que utilizam seu serviço está Ana e seu filho Josué, de apenas nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu através das cartas. Após perder a mãe em um atropelamento, o garoto Josué, abandonado, passa a ser ajudado por Dora.

Juntos, viajarão pelo interior nordestino em busca do pai desconhecido. Uma espécie de road-movie que nos apresenta a dura realidade de trabalhadores e imigrantes brasileiros com o sonho de melhorar de vida e manter os laços com aqueles que amam. Ao se conhecerem melhor, Dora e Josué se aproximam e criam fortes laços de confiança e amizade.

Central do Brasil recebeu diversas indicações e premiações dentro e fora do Brasil. Garantiu a Fernanda Montenegro a indicação ao Oscar como melhor atriz, o que a consagrou como a primeira atriz latino americana nomeada ao prêmio. O drama foi também indicado como melhor filme em língua estrangeira pela Academia, título conquistado no BAFTA e Globo de Ouro. Venceu ainda três prêmios no Festival de Berlim, um dos principais festivais europeus de cinema: Urso de Ouro, Urso de Prata para Fernanda Montenegro e prêmio do Júri Ecumênico. O roteiro original consagrou-se como o melhor da categoria no Sundance Film Festival.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Programa Cinema e Som - O Pagador de Promessas

A produção nacional de 1962, O Pagador de Promessas, é o único filme brasileiro a vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes, além de indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A direção e roteiro são de Anselmo Duarte, com base na obra homônima de Dias Gomes para o teatro.

O filme conta a trajetória de Zé do Burro, homem simples, católico, do interior da Bahia, vivido por Leonardo Villar. Após seu companheiro, o burro Nicolau, ser atingido gravemente por um raio, Zé resolve ir a um terreiro de candomblé e fazer promessa pela cura do animal para Inãnça, a Santa Bárbara dos católicos. Com a graça alcançada, Zé do Burro começa a peregrinação para cumprir o prometido: deveria partir de sua casa até Salvador, carregando uma pesada cruz nos ombros, e depositá-la aos pés da imagem na Igreja de Santa Bárbara. Deveria também repartir parte de suas terras com outros moradores rurais. Ingênuo, mas determinado, Zé do Burro não contava com a intransigência de Padre Olavo, que ao saber da promessa realizada em um terreiro de candomblé proíbe o devoto de entrar na Igreja, acusando-o de pacto com o diabo. Ao lado da mulher Rosa, Zé do Burro passa a enfrentar diversas dificuldades ao se recusar a abandonar a promessa. O homem torna-se vítima da mídia e é acusado de rebeldia pela polícia.

O Pagador de Promessas, quase inteiramente filmado na escadaria da Igreja do Santíssimo Sacramento, em Salvador, é um retrato do regionalismo brasileiro, com seus valores, cultura e conflitos. Aborda questões políticas, ao sugerir a associação de Zé ao comunismo e à reforma agrária; revela o sincretismo religioso ao unir em um mesmo contexto católicos e adeptos do candomblé em devoção à santa; valoriza a cultura dos negros ao apresentar a capoeira, música e dança africanas; expõe a intolerância religiosa, a manipulação midiática na distorção da realidade e a violência policial que culmina com um desfecho trágico e irônico.

No elenco, ainda Glória Menezes, interpretando Rosa, Dionísio Azevedo, como Padre Olavo, Geraldo Del Rey como o inescrupuloso Bonitão, Norma Bengell, a prostituta Marli, e Othon Bastos, como repórter. Como exemplo do cinema novo brasileiro, O Pagador de Promessas foi transformado em minissérie no ano de 1988, pela Rede Globo, protagonizado por José Mayer. A produção conquistou ainda o prêmio especial do júri no Festival do Filme de Cartagena e as categorias de melhor filme e melhor trilha sonora no Festival Internacional de São Francisco.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)