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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Programa Cinema e Som - Roman Polanski

Roman Polanski, nascido em Paris em 1933, é considerado um verdadeiro cineasta internacional por realizar filmes na Polônia, Inglaterra, França e Estados Unidos. Polanski passou a viver na Polônia aos 3 anos, pouco antes de iniciar a 2ª Guerra Mundial. Durante a invasão alemã ao país, em 39, viu os pais serem enviados a campos de concentração e aos 7 conseguiu escapar do gueto de Cracóvia, sobrevivendo em refúgios. Com o fim da guerra, reencontrou o pai, frequentou escola técnica e estudou cinema.

Os primeiros curtas realizados falavam de estranhas relações humanas com o uso de humor negro. Seu longa de estreia, o suspense A Faca na Água, de 1962, foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Após abandonar a Polônia, Polanski foi para a França e após Inglaterra. Com Repulsa ao Sexo, em 65, e Armadilha do Destino, em 66, conquistou os Ursos de Prata e Ouro no Festival de Berlim.

Em 68, já em Hollywood, realizou O Bebê de Rosemary, sobre uma jovem grávida que ao lado do marido passa a ser amedrontada por seguidores de uma estranha seita. Um ano após dirigir esse terror psicológico, Roman Polanski enfrentou uma tragédia. A esposa Sharon Tate, grávida de 8 meses, foi brutalmente assassinada por um grupo de fanáticos liderado por Charles Manson.Em 74, realizou em solo americano o premiado Chinatown, com Jack Nicholson e Faye Dunaway sobre investigação de um detetive particular envolvendo traição e assassinato. O filme recebeu 11 indicações ao Oscar, vencendo o de melhor roteiro original.

Como protagonista e diretor no suspense O Inquilino, de 76, Polanski encerrou a Trilogia do Apartamento, precedido de Repulsa ao Sexo e O Bebê de Rosemary. No ano de 77, após ser condenado nos Estados Unidos por manter relação sexual com uma jovem de 13 anos, o cineasta saiu do país para evitar a prisão e passou a viver na França.

Nos anos seguintes realizou Tess, de 79, romance adaptado dedicado à memória de sua esposa; a comédia Piratas em 86, e os suspenses A Morte e a Donzela, em 94 e O Último Portal, em 99.Em 2002, com o premiado O Pianista, Polanski reviveu a própria história ao retratar as memórias de músico polonês judeu durante invasão alemã na 2ª Guerra Mundial. O cineasta faria ainda Oliver Twist em 2005, adaptação do clássico de Charles Dickens e o suspense O Escritor Fantasma em 2010, Urso de Prata em Berlim de melhor direção.

Após ser preso na Suíça em 2009, devido ao pedido de extradição pelos Estados Unidos, Polanski finalmente conquistou a liberdade no ano seguinte. O mais recente trabalho do cineasta é o drama Deus da Carnificina, adaptação de peça teatral homônima exibida na Broadway, Europa e Brasil.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Programa Cinema e Som - Glauber Rocha


O baiano Glauber Rocha, nascido em Vitória da Conquista em 1939 e morto aos 42 anos, em 1981, no Rio de Janeiro, foi um dos mais marcantes cineastas brasileiros. Quando jovem, atuou em peças na escola, participou do movimento estudantil e aos 14 já realizava um programa diário sobre cinema em uma rádio de Salvador. Estudou Direito, mas abandonou a faculdade para se dedicar ao campo do jornalismo com foco no cinema.

Estreou seu primeiro longa, Barravento, com pouco mais de 20 anos, em 1962, depois de realizar diferentes curtas metragens. O trabalho abriu caminho para produções que se tornariam marcos do Cinema Novo no Brasil, movimento que representava uma nova forma de se fazer cinema, como retrato da realidade com fortes críticas sociais. Com Deus e o Diabo na Terra do Sol, em 1964, indicado a Palma de Ouro em Cannes, Glauber Rocha abordou o sertão nordestino, com suas fragilidades, cultura e crenças. 3 anos após, com Terra em Transe, no cenário da fictícia Eldorado, Glauber Rocha mostrou novamente a condição social brasileira. Desta vez um retrato da política através de situações como o populismo, o autoritarismo e a militância. Com o filme, Glauber Rocha alcançou a segunda indicação a Palma de Ouro, além de vencer o prêmio do Festival Internacional de Críticos de Cinema e o Festival de Locarno, na Suíça.

Finalmente, com O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, em 1969, Glauber Rocha conquistou o prêmio de melhor direção em Cannes. Neste, o personagem Antônio das Mortes, matador de aluguel presente em Deus e o Diabo na Terra do Sol, deveria combater um novo líder do cangaço. O filme valeu uma terceira indicação como melhor produção em Cannes.

Glauber Rocha ainda realizou outros longas como O Leão de Sete Cabeças, em 1970, Câncer, em 1972, e A Idade da Terra, em 1979, último trabalho do cineasta, baseado em poema de Castro Alves. Dentre os diversos curtas realizados, destaque para Maranhão 66, sobre a posse do então governador eleito do Estado, José Sarney, intercalado a imagens de mazelas da população maranhense, e Di Cavalcanti, de 77, documentário sobre o pintor, ilustrista e caricaturista falecido um ano antes. O filme venceu o Prêmio do Júri como melhor curta no Festival de Cannes, além de também indicado a Palma de Ouro.

Fosse gênio ou louco, considerado subversivo pela política conservadora, e tendo sido exilado em Cuba e na Europa durante muitos anos do regime militar, o que se sabe é que Glauber Rocha inovou a história do cinema e com sua criatividade e senso crítico marcou a arte não só no Brasil, mas em diferentes partes do mundo.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Programa Cinema e Som - Tim Burton

Cineasta norte americano Tim Burton, nascido na Califórnia em 1958. Conhecido pelo estilo gótico, estórias fantásticas e nada convencionais, repletas de cores ou de um preto e branco sombrio, e por seus personagens estranhos, seja na comédia, no drama, ou no terror, com pés na realidade e na ficção, como em Edward mãos de Tesoura, Alice no país das maravilhas e A Lenda do Cavalheiro Sem Cabeça.

Tim Burton iniciou sua arte ainda criança, através de desenhos. Estudou no Instituto de Arte da Califórnia e trabalhou como animador da Disney. Alguns de seus primeiros trabalhos foram as animações O Cão e a Raposa, em 1981; os curtas de 1982, Vincent sobre um garoto que queria ser como o ator Vincent Price, astro de filmes de terror e ídolo de Burton; e Frankweenie, ficção considerada imprópria para crianças sobre um menino que ressuscita o próprio cão. Com o talento já reconhecido, foi convidado para dirigir seu primeiro longa: a comédia As grandes aventuras de Pee-wee, em 1985.

Três anos depois, o cineasta dirigiu outro do mesmo gênero, Os fantasmas se divertem. Em 89, com produção da Warner Bros, Tim Burton dirigiu aquele que seria o primeiro de uma série de filmes sobre o famoso personagem dos quadrinhos: Batman, com Michael Keaton e Jack Nicholson. A continuação do filme viria 3 anos depois com Batman - O Retorno. Em 1990, Edward, Mãos de Tesoura, com estória e direção de Burton, refletiu o lado mais criativo do cineasta. Em sua primeira parceria com o ator Johnny Depp, Burton trata da vida de um rapaz solitário e ingênuo, criado em laboratório, que tem tesouras no lugar das mãos. Ao ser descoberto pela vizinhança e apaixonar-se por uma garota, sofre as dificuldades de ser tão diferente.

Em 1993 Burton produziu O Estranho Mundo de Jack e novamente com Johnny Depp, em 1994, dirigiu Ed Wood, baseado na vida do pior diretor de cinema de todos os tempos! O filme venceu o Oscar de maquiagem e ator para Marthy Landau, além de ser indicado ao prêmio de direção em Cannes. Com Marte Ataca! em 96, uma comédia sobre excêntricos marcianos que invadem a Terra, Burton dirigiu atores como Glenn Close, Jack Nicholson e Pierce Brosnan.

Com Johnny Depp, o cineasta trabalharia em mais cinco filmes: o terror A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de 1999; o remake de um clássico dos anos 70, A Fantástica Fábrica de Chocolate, de 2005, indicado a melhor filme pelo BAFTA; a animação A Noiva Cadáver, também de 2005, indicada ao Oscar de melhor animação; o sangrento suspense musical Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, em 2007, melhor direção de arte no Oscar e indicado a melhor diretor no Globo de Ouro; e o mais recente Alice no País das Maravilhas de 2010, da Disney.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)





segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Programa Cinema e Som - Fernando Meirelles

Fernando Meirelles, cineasta brasileiro, nascido em São Paulo, em 1955, e reconhecido internacionalmente por filmes como Cidade de Deus, O Jardineiro Fiel e Ensaio sobre a Cegueira. Diretor, roteirista e produtor, interessou-se desde jovem pela arte de fazer filmes e aos 12 anos já possuía uma câmera de filmar de presente dado pelos pais.

Como estudante de arquitetura, Meirelles conciliou os estudos com a produção de vídeos experimentais e criou com um grupo de amigos a produtora de filmes independentes, Olhar Eletrônico, transformada na década de 1990 na atuante O2. No cinema, o primeiro longa dirigido por Fernando Meirelles foi Menino Maluquinho 2: A aventura, no ano de 1998. A comédia Domésticas, de 2001, com roteiro e direção de Meirelles, e que trata da vida de cinco domésticas da cidade de São Paulo, valeu ao cineasta duas indicações ao Grande Prêmio Brasil de Cinema, em ambas as categorias.

Mas foi em 2002, com o drama Cidade de Deus, que Fernando Meirelles conquistou reconhecimento nacional e internacional. Com roteiro de Bráulio Mantovani, baseado na obra de Paulo Lins sobre a vida de jovens e a criminalidade no Rio de Janeiro, Cidade de Deus recebeu quatro indicações ao Oscar como melhor filme, edição e roteiro, além de direção a cargo de Meirelles. Categoria conquistada pelo cineasta no prêmio Brasil de Cinema.

Ainda na carreira de Meirelles, duas importantes produções em língua estrangeira. O Jardineiro Fiel, de 2005, e Ensaio sobre a Cegueira, de 2008. No primeiro, um romance homônimo de John le Carre, Meirelles recebeu indicação ao prêmio de melhor diretor no Globo de Ouro. Ensaio sobre a cegueira, também romance homônimo, escrito pelo poeta português José Saramago em 1995, contou no elenco com importantes nomes do cinema internacional como Julianne Moore, Mark Ruffalo e Gael Garcia Bernal. O filme trata de uma epidemia de cegueira que atinge uma cidade e segundo Fernando Meirelles, é antes de tudo uma obra sobre a natureza humana e sua dificuldade de adaptação diante do inesperado. O drama foi indicado a Palma de Ouro em Cannes e abriu a edição do Festival, em 2008.

Fernando Meirelles foi ainda produtor, diretor e roteirista de Som e Fúria – O filme, de 2009, sobre as dificuldades de um pequeno grupo de teatro em adaptar uma peça de Shakespeare, e produtor de Lixo Extraordinário, de 2010. O documentário, indicado ao Oscar em 2011, acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Programa Cinema e Som - Quentin Tarantino

Quentin Tarantino é um cineasta que se destaca pelo conhecimento admirável de filmes, crítica e história do cinema. Colecionador, admira filmes pouco conhecidos, estrangeiros, de faroeste, de terror italianos e da nouvelle vague francesa. Nascido em 1963, o norte americano Quentin Tarantino, cujo gosto e saber amplos se refletem em suas produções, sempre repletas de referências a outros filmes em diálogos, imagens e estilos, sempre foi, antes de tudo, um cinéfilo.

Trabalhou em uma locadora de filmes, abandonou a escola aos 16 anos para estudar interpretação e aos 22 escreveu seu primeiro roteiro para o cinema. Dois de seus roteiros transformados em filmes, Amor à Queima Roupa e Assassinos por Natureza, o tiraram do anonimato. O mesmo ocorrendo com seu primeiro trabalho como diretor no suspense policial Cães de Aluguel, de 1992, indicado ao Festival de Sundance como Grande Prêmio do Júri. Neste filme em que Tarantino foi também roteirista e ator, já estariam presentes as características que o tornariam um cineasta de sucesso: violência extrema, trilha bem trabalhada e narrativa não linear.

Em 1994, o brilhante Pulp Fiction – Tempos de Violência, escrito e dirigido por Tarantino, manteve o sucesso de Cães de Aluguel. O trabalho, independente, conquistou a Palma de Ouro em Cannes, o Oscar e Globo de Ouro de melhor roteiro original, além de ter sido indicado em ambos como melhor direção e filme. Em Pulp Fiction, temos três histórias envolvendo assassinatos, drogas, vingança e uma tentativa quase absurda de redenção. Tudo isso com diálogos e interpretações intensos, além de, mais uma vez, violência, músicas pop e uma sequência irregular.

Também na lista de Tarantino a história de crime e vampiros em Um Drink no Inferno, de 1996; o suspense policial Jackie Brown, de 1997; a mulher traída em busca de vingança em Kill Bill 1 e Kill Bill 2, de 2003 e 2004; e os planos de um grupo para assassinar os líderes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial em Bastardos Inglórios, de 2009.

Entre as peculiaridades dos filmes de Tarantino estão ainda o uso de longos diálogos sobre assuntos superficiais, a identificação de personagens através de pseudônimos, a criação de produtos com marcas fictícias e também a inserção de títulos durante a narrativa de forma a organizá-la em capítulos. Tarantino é reconhecido também por dar grandes papéis a atores esquecidos e retorná-los à fama, como ocorreu com John Travolta em Pulp Fiction e David Carradine em Kill Bill 2, além de ter dirigido cinco performances indicadas ao Oscar, sendo as de Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Robert Forster e Christoph Waltz, vencedor por Bastardos Inglórios.

Façanhas de um cineasta que reconhece não saber fazer nada além de cinema e que declarou certa vez nunca ter freqüentado uma escola de cinema, mas apenas o próprio cinema.

Por Rafaella Arruda

(Programa Cinema e Som - ELOFM)